quinta-feira, 31 de julho de 2008

Um chope, Paula e Sá

Hoje eu sentei em um bar com uma amiga querida, que me faz rir muito. Sua juventude e sua alegria me deixam mais feliz.
Falamos de Cuba. Do seu namorado de lá, das suas histórias.
Sá chegou e lembramos mais um pouco. Do Coppelia, do cinema ao ar livre, do show mais lindo do Pablo Milanez... tanto tempo.
Por essa noite, uma música do Silvio Rodriguez, que eu escutei tanto na voz do Chico. Também há tanto tempo.

Pequeña Serenata Diurna

Vivo en un país libre

cual solamente puede ser libre
en esta tierra, en este instante
y soy feliz porque soy gigante.
Amo a una mujer clara
que amo y me amas
sin pedir nada
- o casi nada,
que no es lo mismo
pero es igual
Y si esto fuera poco,
tengo mis cantos
que poco a poco
muelo y rehago
habitando el tiempo,
como le cuadra
a un hombre despierto.
Soy feliz,
soy un hombre feliz,
y quiero que me perdonen
por este día
los muertos de mi felicidad.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Para todos os meus queridos...

O mundo todo é ligeiramente chato, parece. O que importa na vida é estar junto de quem se gosta. Isso é a maior verdade do mundo.

(LISPECTOR, Clarice. In: Minhas Queridas)

Copiado do blog da minha amiga, mais do que querida, Lelê.
http://disritmidia.blogspot.com/

domingo, 27 de julho de 2008

Para Ana

Pra você, minha amiga, que me ensinou e me ensina a ser cada vez mais íntegra, mais solidária, a cuidar mais dos amigos. Que dividiu comigo as primeiras dúvidas sobre a nossa então quase vida adulta, sobre a maternidade, sobre o amor, sobre a política, sobre a vida.
Te amo!
Essa é pra você, pra gente cantar juntas agora... do nosso super amado Chico

Futuros amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então

O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão

Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não

Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

"é preciso distinguir o real do conveniente..."

Ela passou por tormentos e inseguranças. Muitas vezes escutava seu desejo do fim. Nada o satisfazia ou o fazia feliz na sua companhia. Na sua casa.
Foram anos de uma mistura intensa entre amor e desamor. Suspeitas e acusações. Intolerâncias.
Ela tentou se equilibrar e buscar sua sanidade em várias pessoas. Nos amigos. No trabalho. Na solidão. Interna.
Sempre entre ameaças. Dúvidas. Amarguras.
Depois foram anos de acusações. De novo ameaças. De novo solidão. Como ela se sentiu sozinha. Como ela se sentiu injustiçada.
E aí novas promessas e novos sonhos. Mas sempre a sombra da dúvida.
A construção cotidiana de situações convenientes. É tão confortável a acusação e a ameaça para se proteger da realidade. E tão perverso.
Um dia, a máscara caiu. Não sei se o que ela sentiu foi dor. Desilusão não foi. Ela sabia. Por isso não se entregava o tanto que queria. Que poderia.
Mas ele e tudo o que o cercava desmoronou. Em um segundo tudo mudou.
Na verdade, sua vida vinha se ruindo aos olhos dela de uma forma avassaladora. Tudo parecia uma farsa. Todas as pessoas e imagens que criou ao seu redor eram uma farsa.
As pessoas que passaram pela vida dele, sua história... sempre foram uma prova desconsertante das escolhas baratas e desprovidas de beleza. Sem o que, de fato, se admirar. "Pessoas nefastas".
E lá estava ela de novo sem reconhecer aquilo que, de certa forma, passou anos querendo e lutando para acreditar.
O que ela sentiu mesmo foi uma mistura de reconhecimento da desvalia das relações amorosas. Da certeza de que a vida é uma desilusão. Por que insistiu em acreditar nos gestos, nas palavras, sempre lotadas de chantagens? No fundo, é tudo um grande jogo (feio, por sinal) para ele parecer mais interessante do que é. Diferente. Munido de uma masculinidade mais doce, mais incomum.
Triste mesmo é olhar para ele e vê-lo tão pequeno. Tão igual...
A vida anda tão adversa. A rua já dá tanto medo.
Em casa, ela parecia construir um mundo mais humano, mais igual, mais tolerante. Solidário.
Mas ela está de pé. Cética. Até com um certo nojo do cinismo e do discurso que ele retorna para ela. Sempre injusto. Sempre cruel. Mas ela está inteira na sua dignidade.
Ela não tem medo da solidão. Isso não existe para ela. Simplesmente, porque é uma vencedora.
Ele sim, deve estar com um medo enorme do futuro. Afinal, é o passado, aquele tão feio, que está sempre a rondar. E que será o que terá.

sábado, 26 de julho de 2008

definindo...

men.ti.ra, feminino
1.
declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela;
2. qualquer
asserção falsa cujo interlocutor tem ciência da sua falsidade;
3.
situação ilusória na qual alguém engana outras pessoas.

Fonte: Wikcionário

Acorda amor...

Eles estavam conversando. Era até uma conversa tensa. Muitas coisas aconteceram e era preciso esclarecer alguns sentimentos. Algumas mágoas. Coisas sérias, mas nada que abale em definitivo aquele amor estabelecido e renovado todas as noites. Quando, sozinhos, reconhecem que ali está o que mais desejam e buscam.
E se não tivessem tudo isso em volta? Todos esses em volta? Teriam menos riscos? Esse era o tom do sábado de sol e mar agitado. Ipanema iluminada.
Mas o perigo sempre presente. Gente gritando, gente correndo. Será possível? Outra vez? Decepção.
E a conversa acabou. Deram-se as mãos. Talvez o medo lá de fora tenha renovado as tais certezas noturnas. Ou não. As certezas noturnas é que os ajudam a enfrentar o desamparo lá de fora.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Carol me inspirou...

Não queria cantar essa música. Queria berrar essa música.

Me Deixa
O Rappa
Composição: Marcelo Yuka

Podem avisar, pode avisar
Invente uma doença que me
Deixe em casa pra sonhar
Com o novo enredo outro dia de folia
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Me deixa que hoje eu to de
Bobeira, bobeira
Hoje eu desafio o mundo
Sem sair da minha casa
Hoje eu sou um homem mais sincero
E mais justo comigo
Podem os homens vir que
Não vão me abalar
Os cães farejam o medo
Logo não vão me encontrar
Não se trata de coragem
Mas meus olhos estão distantes
Me camuflam na paisagem
Dando um tempo, tempo, tempo
Pra cantar
Me deixa, deixa, deixa
Que hoje eu to de
Bobeira, bobeira...

pedido aos amigos...

Já disse para os meus amigos que quando eu morrer eles têm 3 coisas a fazer:
1. juntar meu irmão e todos os meus amigos músicos e tocar muito! Clé sempre no pandeiro e minha filha cantando muuuuuuuuito.
2. as últimas músicas têm que ser "Chega de saudade" e "Pescador de ilusões" - "valeu a pena, hehe, valeu a pena, hehe"
3. como sou atéia, não sei o que eles vão arrumar. Talvez uma festa... mas tem que ter um convite no jornal com o nome de TODOS. Vai ser lindo!
E agora, vou incluir mais um... Sidinho e Claudio cantando as músicas da Noviça Rebelde, e Ana e Regina fazendo o corinho. :) Maravilhosos!!!
Para quem não sabe, eu leio todos os dias os convites de missa no jornal e sempre fico emocionada quando vejo que a pessoa tinha muitos amigos e que todos sentirão muita saudade.
Quero que comigo seja assim.
Estou pedindo muito?

a palavra de Barack Obama...

"(...)A parceria e cooperação entre nações não é uma escolha: é o único caminho, o único, para protegermos nossa segurança comum e promovermos a causa de nossa humanidade comum.

(...)Os muros entre raças e tribos, entre nativos e imigrantes, entre cristãos, muçulmanos e judeus, não podem permanecer. Hoje, são esses os muros que precisamos derrubar."

quinta-feira, 24 de julho de 2008

uma pergunta...

Quem vai levar laptop para a praia de Copacabana?

o olhar para o mundo

Toda noite é assim. As lentes embaçam.
Meio chata essa história de usar lentes.
O mundo fica meio nebuloso.
Dá uma certa confusão.
Na hora de atravessar a rua me dá um certo medo.
Mas também dá prazer.
Um monte de faróis que me confundem.
Mais?
Pois é, parece possível.
Isso me joga pra dentro de mim.
Um pouco mais.
Experimento um tanto da cegueira.
O meu pavor.
Já disse que não é porque não verei mais nada.
Pouco me importa.
É porque ficarei ainda mais pra dentro.
Para os meus pensamentos.
Essa escuridão me deixa tensa.
É como deitar na cama, fechar os olhos e não dormir.
Só pensamentos.
Ai que agonia.
Pra que tantos?
Pensar, lembrar, inventar... e uma escuridão infinita.
Também, enxergar tudo com a forma e o tamanho que têm, não anda tendo lá muita graça.
O mundo com as minhas lentes que me confundem andam tirando a minha atenção daquilo que não quero mais ver.
Acho que está melhor assim.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Pra vocês do bonde do dom...

É o bonde do dom que me leva
Os anjos que me carregam
Os automóveis que me cercam
Os santos que me projetam
Nas asas do bem desse mundo
Carregam um quintal lá no fundo
A água do mar me bebe...

Arnaldo Antunes / Carlinhos Brown / Marisa Monte
Minhas amigas lindas, Carol e Lelê, estão numa onda de postar letras de músicas.
Lembrei que, no último fim de semana, estava com o Sá e meus amigos maravilhosos - Ana, Sidinho, Lucia, Regina, Ricardo, Joana, Claudio, Reynaldo, Anginha, Lili... ah! e o Gaúcho - quando escutamos essa música escandalosa de linda. Também me deu vontade de deixar aqui pra vocês.

bicho de sete cabeças

Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha

Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça)
Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça)
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito (Não dá pé, não é direito)
Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso)
O que você me fez desapareça (E você fez um)
Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças)

Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Minha querida...

Minha irmã me deu um livro. Minhas queridas.
Clarice escrevendo para as irmãs.
Minha irmã e eu nos escrevemos todos os dias.
Está tudo ali.
Todos os dias.
Imagino as risadas quando escrevo alguma coisa engraçada.
Imagino os dedos aflitos quando me escreve alguma coisa engasgada.
A gente se imagina. A gente se conhece. A gente se reconhece.
Todos os dias.
Minha irmã hoje me escreveu um monte de coisas.
Minha irmã me socorreu.
Todos os dias.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Caio

Suas mãos estão compridas e magras. Seus olhos enormes. Sempre foram assim. Seu sorriso continua luminoso. As palavras estão um pouco roucas, mas você tem sempre palavras para serem ditas. Idéias, muitas idéias.
Você já nasceu assim. Com uma vontade de fazer tudo muito rápido. O leite no peito era esvaziado em minutos. O sono sempre foi curto. As pernas não pararam jamais. Como você foi levado! E encantador...
Assim como a gargalhada e a alegria sempre estiveram presentes, os choros eram intensos, cheios de lágrimas e de dor. Hoje, te vejo chorar muito pouco.
Tenho orgulho de você. Uma admiração infinita. E uma saudade enorme dos abraços intensos da criança linda que você foi. Das músicas inventadas pra me receber.
Você cresceu tanto. Mudou um pouco, mas continua me deixando com o coração aos pulos.

Além da razão

Falei hoje de você. Depois de muito tempo. Depois de muitos anos.
A dor já não é tão intensa, mas ainda é forte. A boca ainda seca um pouco além. Um tanto de raiva, outro tanto de indignação. Outro ainda de saudade daquele tempo. Não por você, óbvio! Mas pelo o que ainda me cercava. Pelas pessoas que ainda estavam comigo. Pela idade que tinha, pela inocência, pelos sonhos.
Você teve a crueldade dos que querem controlar, segurar pelo medo, torturar. Apavorar. E eu fiquei ali, à espera permanente da sua chamada ameaçadora. De madrugada. Sempre. A escutar, escutar... E a chorar. Muitas vezes sozinha. Todos dormiam. Muitas vezes aos prantos. Às vezes com consolo, com colo. Mas como eu chorei. Tenho certeza que sabia do mal que me fazia. Era isso que você queria.
Nunca te vi. Nunca soube quem você era. Ou é. Se esteve perto. Se ainda está. Nunca vi seu rosto. Só conheci sua voz. Que ficava aqui no meu ouvido. Durantes anos. Você esteve sempre aqui. Comigo. Com as minhas memórias, com as minhas angústias. Construí sua imagem, como num retrato falado.
Por que você me escolheu? Deixar tantas dúvidas. Tantas noites sem dormir. Tanta desconfiança. Tanto desamor. “Um medo enorme, cada vez que você dorme e não possa despertar...”
Mas ainda assim, você não me impediu de acreditar nas pessoas. Nem nos homens. Você não me impediu de acreditar na vida. Às vezes me custa um pouco. Às vezes me desanimo bastante. Mas recupero. Me recupero. Me reinvento. Apesar de você.

Beatriz

Lelê, minha amiga linda, maravilhosa, escreveu pra mim... :)

Sobre sandálias plataforma, caminha Beatriz. Às vezes, decidida, às vezes, frágil, bambeando. Tem pernas fortes por causa da corrida diária. Os quadris e a cintura permanecem esguios, mas mesmo assim são motivos constantes de suas reclamações. Por que toda mulher quer sempre perder uns dois ou três quilinhos? Os braços torneados depois da maternidade continuam firmes ano após ano. Os músculos conseguidos carregando os bebês foram mantidos depois às custas de muita musculação. O colo bronzeado é a base para um rosto que fica maravilhoso quando explode numa gargalhada. Beatriz sorrindo é a coisa mais linda da vida! Os pequenos olhos castanhos brilham, a cabeça pende para trás e todo mundo pode ouvir sua alegria.
http://disritmidia.blogspot.com/2007/11/beatriz.html

Reescrevendo porque escrevo...

Escrevo pra tirar de mim aquilo que ronda a minha cabeça sem parar.
Os textos sem fim. Sem lugar.
Escrevo pra me acalmar. Pra me salvar.
Pra tirar esse tormento. Pra parar de me chamar. De me tirar.
Quero me livrar. Colocar em outro canto. Silenciar.
Sempre em looping. Precisam parar de apertar. Sufocar.
Não calam. Permanentemente. Incessantemente.
Escrevo pra poder ler só quando eu quiser. Se quiser. Se puder.
Escrevo pra dispersar o que anda tão preso. Dispensar. Me recuperar.
Escrevo pra me distrair, depois de escrever.
Escrevo pra sorrir, depois de escrever.
Escrevo pra chorar, quando reler.
Escrevo pra parar de entender.
Pra esquecer. Pra lembrar.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Só nós dois é que sabemos...

Pra Lucia, pra Anginha, pra Regina, pra Lelê, pra Carol...

Porta do Sol

A tarde ardia com cem sóis
* * * * *
Brilhar pra sempre

Brilhar como um farol
Brilhar com brilho eterno
Gente é pra brilhar
Que tudo o mais vá pro inferno
Este é o meu slogan e o do sol.

Maiakovski

Gente que cai...

Minha amiga querida, a Carol, diz que nós somos gente que cai.
Eu caio toda hora, em qualquer lugar.
E o pior, de chinelo, de sapato sem salto, no chão liso... surreal!
Hoje foi assim no Metrô. Nenhum buraco, nenhum salto, o chão estava seco e lá vou eu... mas consegui me reerguer sem ir ao chão.
No primeiro momento dá uma raiva danada. Se chego a cair, a vontade de chorar é muito grande. Do jeito que foi hoje, dá uma vontade de rir muito forte. Que nem quem está me vendo naquela situação... a gente diverte um bocado as pessoas na rua, né Kerol?
Fiquei no maior troca troca de roupas hoje. Quando saí para a academia achei que o tempo pudesse abrir. E na hora de me vestir para trabalhar, de novo a dúvida... vai fazer sol? Vou sentir calor?
O tempo fechou mais ainda. Está chovendo pra caramba. Estou com uma roupa que me aquece um pouco. Mas não sei porque estou com medo de sair pra almoçar. Medo de me molhar? Medo de ficar com frio? Medo? Sempre ele...
Vou lembrar que hoje é sexta-feira e que as boas risadas com os amigos queridos estão por vir. Isso me dá um pouco mais de ânimo para esperar a sexta-feira passar. E o medo também...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Meu Foguete Brasileiro


Minha amiga Clé é assim: linda, absurdamente amiga, doce, levemente distraída... é rara. Em tudo!
Tem um talento que a diferencia das pessoas comuns... Pelo menos, é isso que eu acho.
E, pelo visto, o juri do Anima Mundi Web 2008 também. Porque dentre animações do mundo todo, o Meu Foguete Brasileiro, que ela fez (e eu acompanhei traço a traço...), está entre os 20 selecionados.
Portanto, vamos votar!!!
Entre em http://www.animamundi.com.br/con_cada.asp?r=web_home e faça o cadastro
A senha será enviada por e-mail
Depois entre em
http://www.animamundi.com.br/web_galeria.asp e assista "Meu foguete brasileiro", votando nas estrelas que ficam embaixo da tela.
Clé, você vai ganhar!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Essa é Clarice desenhando a vergonha da Olívia...


A Vergonha - para Olívia, em português... :)

Franja. Uma menina de franja. E cabelos compridos. Bem castanhos. Bem brilhantes.
Ela é assim. Os lábios grossos. O sorriso enorme e lindo. Um olhão pra dar conta de tudo.
Mas uma vergooooooooonha, que vem junto de cada palavra que fala. E também da que não fala.
Mas ela enfrenta.
Às vezes a voz sai fraquinha. De outras, vem junto com a risada. E a mãozinha tapando a boca. Que ela usa pra disfarçar.
A vergonha.
Na escola ela é cheia de amigas. E amigos.
Conversam entre eles até! E brincam. E escolhem namorados.
Mas na hora que a professora pergunta alguma coisa... ela volta.
É, a vergonha.
E aí dá um branco! É quase medo. Mas não é. É quase dor de barriga. Mas também não é.
Mas é ruim. É difícil.
Nas festas, com mãe, pai, irmão, avó... qualquer pessoa bem querida por perto, não adianta nada. Ela chega outra vez. Fica ali, quase de mão dada.
Parece que ela chama todos os olhares! E a vontade é que a franja fique compriiiiiiiiida.
Mas é o sorriso que fica bem amarelo mesmo.
A boca chega a dobrar assim do lado. É quase choro.
Mas até isso ela não deixa. Se chorar vai todo mundo olhar.
Ô coisa chata!
Mas ela vai assim. Em alguns momentos dá um passo pra trás.
Em outros, tenta até se esconder.
Em cada lugar inacreditável!
Mas tem vezes que fica dias e dias pensando. Até na hora de dormir ela pensa.
Porque não quer perder tanta coisa assim.
Tanta brincadeira. É preciso fazer alguma coisa...
E aí, já que ela está sempre por ali, prefere conhecê-la melhor. A vergonha.
Pode brincar com ela. Será uma aliada!
Pode fingir que é ela que está com medo. Dar um susto nela!
Pode passar a ser sua cúmplice. Trocar segredos com ela!
Pode, pode e pode!
E aí, a menina de franja, cabelos compridos e os olhos maiores que o mundo...
vai poder tudo o que quiser e sonhar.
E um dia, vai até subir num palco, cantar uma música linda e escutar muitos aplausos.
E vai dar aquele sorriso enorme.
E quando olhar pro cantinho, ela estará lá, emocionada.
É.
A vergonha!