quarta-feira, 29 de julho de 2009

Irmã mil...

Ontem tive um encontro maravilhoso.
Três pessoas que se amam, se entendem e sentem saudade.
Três mulheres parecidas.
Eleonora, Lucia e Bia.
Nós nos merecemos!

E uma frase maravilhosa que a Eleonora lembrou do filme Crimes e Pecados, de Woody Allen:

"A comédia é a tragédia, mais o tempo.
(Comedy is tragedy, plus time)".

Una noche en Buenos Aires

Parte do Comando, com parte do Bonde e parte da FGV na Buenos Aires com o Beco das Cancelas... Muita música e alegria!!!

domingo, 26 de julho de 2009

Estou assim?

Passei a vida inteira fazendo um exercício permanente para minimizar meus sofrimentos.
De qualquer ordem.
Desde criança.
Sentia dor de madrugada e achava um absurdo acordar a minha mãe.
Afinal, ela não conseguiria passar a minha dor.
E tiraria dela horas preciosas de sono.
Embora até achasse muito melhor tê-la ao meu lado.
E eu tinha apenas uns 5 anos.
Nunca tive muita paciência para dramas.
Detesto o lugar da vítima.
Sempre preferi ser forte, achar que darei conta e que no fim tudo vai dar pé.
Isso não quer dizer que não sofra pra caramba.
Que não passei por coisas horríveis na minha vida.
Que por milhões de vezes não tenha me sentido frágil e desamparada.
O pior é que, além de tudo, convivo desde muito cedo com a dor física.
Crônica.
Me acostumei com ela.
Nunca deixei de fazer nada.
Nem de me divertir. Nem de trabalhar.
Nem de cumprir com todos os meus papéis na vida.
Mas a verdade é que com isso não se acostuma.
Ou não deveríamos nos acostumar.
Não é justo.
Só que algumas coisas se agravaram nos últimos tempos.
E tenho me tornado uma pessoa diferente.
Não sei se melhor ou pior.
Mas alguma coisa muito forte tem mudado dentro de mim.
Fico pensando se é cansaço da dor.
Fico pensando se é o fim do exercício.
E aí, começa um novo conflito...
"Tanta coisa pior nessa vida e você fazendo draminha com isso... Para de chorar e coloca um sorriso nesse rosto!"
E de novo fico pensando... Não quero fazer drama nenhum.
Detesto o lugar da vítima. Esse eu não quero mesmo!
Só quero poder ser eu de verdade.
E eu sou essa aí mesmo...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Meu irmão

Quando éramos crianças ele era muuuuuuito implicante.
Mas eu sempre achei o máximo ter um irmão.
E mais velho.
E dramááááááático.
Minha mãe dizia que ele parecia o Sergio Cardoso, que era um ator muito famoso naquela época.
Parecia mesmo.
Parecia sempre estar em um palco e ter uma platéia enorme a sua frente.
É assim até hoje.
Ele não fala. Discursa. Não conversa. Debate.
(Acabei de perceber a quem me filho puxou...)
E isso é encantador.
Sempre admirei a facilidade com que meu irmão fala sobre qualquer coisa.
E como fala bem o danado!
Quando era adolescente cismou de participar de encontros de jovens.
Só pra liderar aquela garotada.
E liderava.
E quando voltava das viagens ele sempre discursava.
Me lembro um dia dentro da igreja da escola, ele começou a falar e eu não sabia onde ele estava.
Só ouvia a sua voz.
Ele falava coisas lindas. E eu comecei a chorar.
Era uma emoção que eu não controlava.
Era o meu irmão falando aquelas coisas maravilhosas. E eu ficava pensando: “De onde ele tirou isso tudo? Por que eu não aprendi essas coisas?”
Aí, minha irmã e eu aprendíamos piano. E odiávamos.
Eu não tinha o menor talento.
Um belo dia ele sentou e nos atropelou.
E na adolescência, dividimos com ele anos maravilhosos das nossas vidas.
Piano o dia todo.
Música de todas as categorias e qualidade.
Desde a morte da arara até as mais lindas, dos melhores compositores.
E dele.
E ganhei, só pra mim, uma música inesquecível.
Virou pianista e depois maestro.
Mas o que gosto mesmo é do meu irmão que senta comigo, como na última segunda-feira, e podemos falar da vida, das dificuldades, das alegrias, de nós.
Do meu irmão que sempre esteve pronto a me acolher, a me ajudar, a estar comigo em qualquer momento.
Do meu irmão que me dá um abraço apertado e me olha com um afeto e um amor, que só os irmãos são capazes de ter.
Tudo o que ele fez e faz é maravilhoso.

Mas para mim, o que importa mesmo é ele.
O que eu amo é o meu irmão.

sábado, 18 de julho de 2009

As primeiras fotos de dias muito felizes...



Depois tem mais...

Aniversário em Macaé de Cima

Ai, eu não queria fazer nada.
Uma preguiça. Uma vontade de pular o dia 12.
Sem ânimo nenhum pra produzir nada.
Nem festa. Nem comemoração. Nada.
Adoro ficar com as pessoas que eu amo.
Muito. De verdade.
Todo mundo sabe que estou sempre disposta a qualquer diversão.
Bebo água (agora sem gás) e já to na maior animação!
Mas esse aniversário me pegou assim...
Só que essa galera maravilhosa que vive comigo (família e amigos) parece não se conformar em me ver sem vontade de comemorar...
E aí fiquei pensando em uma forma de fugir da festa.
Literalmente!
Quis fugir pra serra!!!
Dois anjos, amigos da vida toda, Cecília e Henrique, me deram de presente a casa deles, a mais maravilhosa do mundo: "vai pra Macaé de Cima!"
É o paraíso!!!
E aí, eu vou daqui, eu também vou dali... Lá fomos nós!!!
Meus filhos, Sá, meus amigos lindos, jovens, alegres, animados, felizes e, melhor do que tudo, ABSOLUTAMENTE DISPOSTOS A ME DEIXAREM FELIZ!!!
E conseguiram muito mais do que isso.
Rimos, jogamos o genial Stop Game que a Clé e o Fabinho fizeram, comemos e bebemos todas (eles, né?), aproveitamos tudo daquele lugar perfeito, dormimos pouco, falamos muito e tenho certeza de que se tornou um dos aniversários mais inesquecíveis da minha vida.
Obrigada por tudo Olívia, Caio, Sá, *Ana, Cadu, Carol, Clarice, Fabio, Joana, Letícia, Paula, Raul e Rodrigo.
*Em ordem alfabética, hahahaha.

Minha cozinheira maravilhosa...

Ela está muito feliz.
Está sorrindo mais.
Está cansada, mas está fazendo o que ama e o que quer.
Minha filha está na cozinha do Nanquim todos os dias.
E o João compartilhando, generosamente, o seu ofício.

domingo, 5 de julho de 2009

Eu sou assim, fazer o quê?


Que eu sou gente que cai, eu sempre soube.
Que eu sou desligada, também.
Mas, sinceramente, não consigo lembrar o que aconteceu.
Só lembro que era sexta-feira, dia 3 de julho de 2009.
Estava chovendo e eu tinha de chegar cedo no trabalho.
Com medo do trânsito resolvi pegar o Metrô.
Estou acostumada. Estação Cantagalo.
Um monte de escadas rolantes, todas altíssimas. Parece pegadinha, mas não é.
A estação é lá embaixo mesmo. São horas descendo, andando de esteira, andando... até chegar à plataforma.
Um cansaço.
Eram 8h. Gente à beça. Todos trabalhadores, que nem eu.
Todos com pressa, que nem eu.
Mas como sou meio desligada, nem fico nessa pilha de andar super rápido.
Deixo isso para as minhas horas de corrida mesmo.
Quase não uso salto. Estava de bota sem NENHUM salto.
Desci a primeira escada rolante. Tudo bem.
Cheguei na segunda.
Foi quando tudo começou...
Voei. De frente. De cara.
Gritos desesperados. Não eram meus.
Eram da multidão ao meu redor.
E eu voando.
Nesses segundos só consegui pensar que estava sem meus óculos.
Porque fiquei cega.
E uma ausência absoluta de emoção.
Nem nervoso. Nem vergonha. Nada!
Acabei lá embaixo. No chão.
E uma multidão ao meu redor.
Um monte de perguntas que eu nem conseguia responder.
Só conseguia dizer "obrigada, está tudo bem."
Óbvio que ninguém acreditava, né?
Quem pode acreditar numa criatura que voa metros em uma escada rolante, no meio de tanta gente e fica tudo bem?
Mas naquele momento eu não estava entendendo nada...
Aí chegou um segurança do Metrô.
"Senhora, desculpa a demora, mas eu não vi nada, só escutei a gritaria das pessoas..."
Afe! Foi tudo isso?
"A senhora tem direito a tudo que o Metrô paga..."
"Como assim? Paga o quê?"
A essa altura já tinham me entregado meus óculos com a haste torta. E eu continuava cega.
"Moço, por favor, conserta meus óculos. Preciso trabalhar e não enxergo nada..."
Fomos para a cabine e ele conseguiu colocar no lugar meio tortinho ainda.
E a ausência de emoção permanecia.
Conversei um pouco com ele, agradeci e fui embora pro trabalho.
Cheguei lá e, claro, saí contando.
Aos poucos, fui descobrindo algumas marcas do vôo.
Na minha barriga, a tatuagem dos degraus. Nos joelhos, alguns arranhões.
Mas a bota, a calça, o casaco, me protegeram bastante.
Trabalhei muito o dia todo e a vontade de chorar, que às vezes surgia, ficou entalada.
Às 19h30 peguei o 15 com a Clé e a Mariana. Dois homens estranhos ligaram o sinal de alerta na Mari.
Saltamos antes do Aterro. Pegamos o 474.
Elas saltaram em Copacabana e vim sozinha pra Ipanema.
Foi aí que o choro apareceu com força.
Fiquei pensando no desamparo que é cair na rua.
Fiquei pensando que não é maneiro, como diz a Carol, cair na rua toda hora.
Muito menos voar de frente em uma escada rolante, cheio de gente gritando.
Aí chorei muito. Muito, muito.
Aí me dei conta de que era sexta-feira, eu estava exausta, dentro de um ônibus, voltando de mais um dia de muito trabalho e chorando porque voei e me esborrachei no chão na frente de um monte de desconhecidos.
Até fiquei com pena de mim.
Que coisa ruim de sentir...
E não conseguia parar de chorar.
Ai, além de ser gente que cai, de ser desligada, não quero ser gente que chora olhando pela janela do ônibus sozinha...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Lelê é nosso orgulho!!!

Fãs de Chico Buarque vão à Flip mesmo sem ingresso
Entradas para a mesa com o cantor e escritor se esgotaram em meia hora.Participação no evento de Paraty ocorre nesta sexta-feira (3), às 19h.

Shin Oliva Suzuki Do G1, em Paraty









Foto: Shin Oliva Suzuki/G1
Algumas fãs de Chico Buarque na Flip. (Foto: Shin Oliva Suzuki/G1)
Entra ano, sai ano, as gerações passam e a atração das mulheres por Chico Buarque parece não diminuir. Nas ruas de Paraty, o séquito feminino marca presença e demonstra que teve influência para que se esgotassem em apenas meia hora as entradas para ver o cantor e escritor na Flip, nesta sexta-feira (3).

Veja a página especial da Flip 2009

Acompanhe a cobertura pelo blog Máquina de Escrever

Ao lado do amazonense Milton Hatoum, o autor de “Estorvo”, “Budapeste” e do recente “Leite derramado”, debate como o Brasil é retratado em suas histórias e a influência do cenário do país nas tramas. Mas o tema da mesa poderia ser as expectativas para o PIB brasileiro em 2010 que não iriam faltar os suspiros e gritinhos das fãs de Chico.

A advogada Silvia Mussi, de 36 anos, que veio de Casa Branca, cidade no interior paulista, tem como principal foco de interesse na Flip a participação do cantor. “Não sou ligada ao mundo da literatura, então é ele mesmo quem chama a atenção.” Ela também foi vítima da venda-relâmpago de ingressos e tentaria uma solução de última hora para entrar na Tenda dos Autores.
Vejas fotos de fãs de Chico Buarque na Flip

Na mesma situação estão a estudante do ensino médio Ludmila Vilarinos, 15, e analista de marketing Carla Galantini, 22. A primeira é um exemplo de que o grupo de seguidoras da obra de Chico Buarque atinge até as adolescentes. Ludmila disse que leu os dois últimos livros. “’Leite derramado’ é bem diferente de tudo da obra dele”, opina ela.

Já a designer carioca Letícia Balsero, 35 anos, é uma das fãs que tem o ingresso para ver Chico mais de perto. “Só li o ‘Estorvo’, mas o interesse é pelo Chico como entidade, pelo que representa”, diz. “E, sim, ele é um coroa muito atraente.”

De mais longe veio a paraibana de João Pessoa Carmen Mello, 47 anos. “Sou louca por ele. E é uma admiração que vem passando de geração porque minha mãe ouvia Chico Buarque e a minha filha também escuta os discos dele”, diz Carmen. “E aquele jeitinho tímido atrai bastante."

A arquiteta Paula Marchesine, 27, diz que é admiradora de Chico Buarque, mas que ele não é a razão para ela ter ido a Paraty. “Gosto do Chico, mas estou aqui mesmo pelo Richard Dawkins”, referindo-se ao biólogo que é o rosto mais conhecido do ateísmo hoje em dia e que teve sua participação na Flip nesta quinta (2).