quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Hein?

Todos estão felizes. De repente, tudo para. É como se o pensamento ficasse transtornado. A mesma sensação de cair na rua. De susto. De bronca injusta quando é criança. De desamparo. De novo isso? E vejo um monte de bocas com sorrisos amarelos, em movimentos lentos, explodindo em meus olhos. Perco o ar. Uma vontade instantânea de chorar me tranca a garganta. Até quando vou me permitir esse lugar? Me alugar?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A garganta arranha, o corpo tá mais é querendo ficar quieto. E ainda acordei cedo e fui malhar. Mas a vontade de passar um fim de semana divertido é maior. Estou ‘cansada de cabeça’. A gente ri desta frase. Nós, os queridos amigos. Mas ela sintetiza bem o que sinto. Mas decidi que quero um ar assim de quem está deixando tudo pra lá. Embora eu nem saiba onde fica esse lá. Mas é lá que eu vou entulhar tudo! Todas as coisas, e até as pessoas, que me enchem a paciência. Nem desejo que lá seja uma coisa tão ruim assim. Só quero que seja bem longe de mim. Que eu não enxergue, não escute e não perceba nada que esteja acontecendo. E na segunda, não tenho a menor ideia de como sairão de lá. Aliás, que venham todos melhores. Porque senão, quem vai definitivamente pra lá, sou eu!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Anamauê

Passei o fim de semana em um estado de dessentir de mim mesma. Hibernação. Saí. Corri. Fui a restaurante, livraria, botequim, quiosque na praia. Vi filmes. Li. Conversei. Escolhi óculos com a minha amiga. Matei saudade de outras amigas que não via há um tempão! Senti frio. Comi um pão maravilhoso que a minha filha fez. Quentinho. Mas em qualquer oportunidade, embaixo da luz, no meio do barulho, eu simplesmente dormia. Um sono profundo. Aí, acordava. E continuava o que havia parado horas atrás. E o mangue beat que anda batucando no meu peito não me deixou. Mais uma das minhas contradições. Acordada eu quero acalmar esse maracatu atômico. E quando acalmo demais, dá uma aflição medonha...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

[Des]memória

Todas as vezes em que tento fazer as coisas cotidianas prestando atenção, quando me dou conta, me frustro. Não adianta. Não consigo. Esta noite, pra variar, tive insônia. Rá! E fiquei pensando que a partir do momento em que saísse do meu prédio para o trabalho, gravaria tudo mentalmente. Não deixaria que as coisas se perdessem. Não seria, como sempre, essa pessoa desligada, que anda por aí com a cabeça no mundo da lua. De jeito nenhum! Estaria atenta a tudo e a todos. Ligadaça! Assim, sentiria minha vida outra vez sob meu controle, me divertiria com as pessoas no ônibus, não correria tanto risco de cair como sempre, ficaria adivinhando a profissão das pessoas pelo jeito que elas se vestem... Enfim, faria tudo o que já fiz, em tempos em que fui mais ligada, digamos assim. Como fiquei acordada um bom tempo na cama, deu pra fazer um bom roteiro. Cheguei a torcer que a manhã chegasse logo, para que pudesse aproveitar o longo caminho de Ipanema ao Centro. Acordei exausta. Dormi pouco pra caramba. Queria mesmo é poder ficar muito mais tempo ali, quieta, parada. Quando cheguei no trabalho, minha amiga me perguntou ‘veio de 15, Bia?’. Vim sim! E me dei conta que não lembrava nada, de absolutamente nada, do que aconteceu naqueles quarenta e cinco minutos desde que saí da minha casa. E estive de olhos abertos o tempo todo. Vai entender essa pessoa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Palavras

As palavras sempre foram a minha paixão. Das gírias à norma culta. A palavra falada, cantada, escrita, de todas as formas. É verdade que não gosto muito quando é gritada. Mas um berro de alegria é maravilhoso! Admiro a palavra firme, forte, embora falada de um jeito delicado. Adoro as palavras empolgadas, felizes. Andam raras. O problema são as palavras engolidas. Porque um dia elas saem. E aí, elas vêm engasgadas, destroçando. E, muitas vezes, emudecendo para sempre.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Alegria, alegria

Eu sei que estão escuras, mas nós estávamos iluminados, hahahahahahaha.
Parabéns, meninas!























domingo, 5 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010

Ob-observando

Aquedar-me. Este talvez seja o meu desejo maior nos dias atuais. Em uma sublimidade absoluta, para que nada chegue perto da lembrança de uma decadência física ou mental. Quero apenas um tempo de silêncio. Como se trouxesse o dedo indicador bem devagar até a boca e fizesse psiuu. Queria poder dizer que meus pensamentos foram embora e em breve retornam. Levaram com eles a memória e os sonhos. Mas também a ansiedade, a tristeza e qualquer tipo de angústia. E assim eu poderia, tranquilamente, assistir ao movimento da vida sem precisar sair da minha quietude. Tenho certeza de que tudo continuaria exatamente igual. E mesmo sem pensar, eu cairia em uma enorme gargalhada.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!


Para um feriado mais feliz!!!
Tarso me apresentou...

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Pato Fu
Composição: John

As pessoas têm que acreditar
Em forças invisíveis pra fazer o bem
Tudo que se vê não é o suficiente
E a gente sempre invoca o nome de alguém

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Ié Ié!

Acho muito caro que ele tá pedindo
Pra eu ter muito mais sorte menos azar
Acho muito pouco o que tenho no bolso
Pra ver o sol nascer não tem que pagar

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Ié Ié!

É certo que milagre pode até existir
Mas você não vai querer usar
Toda cura para todo o mal
Está no Hipoglós, no Merthiolate, Sonrisal
Quem tem a paz como meta
Quem quer um pouco de paz
Que tire o reboque que espeta
O carro de quem vem atrás

É certo que milagre pode até existir
Mas você não vai querer usar
Toda cura para todo o mal
Está no Hipoglós, no Merthiolate, Sonrisal
Quem tem a paz como meta
Quem quer um pouco de paz
Que tire o reboque que espeta
O carro de quem vem atrás

Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié!
Ié Ié!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Difícil

Teve uma época em que eu não conseguia ver fotos dos meus filhos crianças. A saudade daqueles momentos era tão grande, que eu não conseguia aproveitar aquela alegria. Queria sentir aquele abraço enroscado inteiro no meu colo. Escutar de novo as gargalhadas de quem só tem sonhos e brincadeiras. Mas já havia passado. Hoje falta-me coragem para olhar para trás. Tenho medo de encontrar alguma coisa perdida que encaixaria bem na dor de agora. E que poderia cicatrizar em um instante. Mas já não dá mais tempo. Também passou. A verdade é que olhar pra frente, infelizmente, tem dado muita preguiça. Como se fosse preciso arrastar os pés em passos mínimos. Talvez sejam os olhos embaçados. Pelo cristalino opaco. Ou pelas lágrimas que teimam em pemanecer ali.

Pedaço de Mim


Pedaço de mim
Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus