sábado, 31 de outubro de 2009

C'est Paris!!!

Minha filha ao meu lado sorrindo, de olhos vivos, recebendo a vida, o mundo. Nina e Vinicius dois anjos só nos dando amor. Essa cidade que parece nos sacudir e dizer que a vida é maravilhosa! Esqueço o cansaço, as dores da alma, do corpo e me jogo nas ruas, no barulho, nos museus, nos restaurantes, nas lojas, tirando todas as fotos. Ando até ficar exausta. E lembro que estou aqui para ser feliz. Para fazer feliz. É Paris!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

E lá vamos nós...

Atravessaremos o oceano. Minha filha e eu. Encontraremos Nina, Vinicius. Veremos gente nova. Arte. Pão, vinho, queijo. Amor. Nosso encontro. Nosso olhar. Nossa alegria. Oui, oui. Andaremos muito. Falaremos demais. Muitos risos. Ora pois, ficaremos sós. Sorrisos. Mãe e filha. Melhor não pode ser... Obrigada a todos os que ajudaram a tornar isso possível. Até já!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

É Tarantino!

Já prometi várias vezes que não vejo mais filmes sobre a segunda guerra mundial. Nem sei explicar o motivo exato. Mas cansei. Quando Bastardos Inglórios foi lançado surgiu um conflito. Segunda guerra. Ai, que perguiça. Vou não. Mas é Tarantino. Ai, adoro ele. Vou? Não vou. Vou sim. Vou nada. Sá não queria ir. Ricardo e Regina me convenceram. E lá fui eu. Sá foi convencido também. Que bom que eu fui. O filme começou e uma empolgação foi tomando conta de mim. Uma alegria! Uma emoção! É, o filme é violento. Mas é a violência tarantinesca. Tacos de baseballs, escalpos, cinema, loura, sapato, nazistas, franceses, americano, detalhes, cenas bárbaras, Brad Pitt... Dividido em capítulos, é brilhante. É cinema! É vingança! É maravilhoso! É pop!

Liiiiindo!!!


Atiraste Uma Pedra
Herivelto Martins / David Nasser

Atiraste uma pedra
No peito de quem
Só te fez tanto bem
E quebraste um telhado
Perdeste um abrigo
Feriste um amigo
Conseguiste magoar
Quem das mágoas te livrou
Atiraste uma pedra
Com as mãos que essa boca
Tantas vezes beijou
Quebraste um telhado
Que nas noites de frio
Te servia de abrigo
Feriste um amigo
Que os teus erros não viu
E o teu pranto enxugou
Mas acima de tudo
Atiraste uma pedra
Turvando essa água
Essa água que um dia
Por estranha ironia
Tua sede matou

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Como querer tropicalizar...

Sim, como Wisnick, me sinto uma especialista em prestar atenção. Presto atenção nas pessoas, nas coisas, no jeito que têm, no que falam, no que pensam, no que acontece a minha volta... E ainda dizem que sou distraída. Ninguém entendeu ainda, tsc, tsc. Ontem à noite, prestei uma atenção danada a tudo o que aconteceu naquela pequena sala. Diante daquelas pessoas, daquelas idéias, daquelas palavras. Caetano, Gil, Bethania, Gal, Tropicália. Doces Bárbaros. Minha vida. Uma sensação de que vou sendo tomada pelo passado e contaminada por uma vontade de transformar tudo o que me cerca e sacudir todas as pessoas que ainda não se deram conta de que precisam acordar e sair cantando pela rua que eu tomo uma coca-cola e uma canção me consola e que alô rio de janeiro aquele abraço todo o povo brasileiro aquele abraço! Porque ainda tem muita gente precisando, isso sim, desesperadamente deixar a sua luz brilhar no pão de todo dia e deixar o seu amor crescer na luz de cada dia. E para viver mais feliz, eu escolhi andar por aí assim, prestando muita atenção. E distraída, eu vou! Por que não? Por que não?

domingo, 18 de outubro de 2009

Ai caramba!!!

Às vezes fico com mania de dividir meus dias em dias sim e dias não. Aí fico sim sim sim sim... Depois passo um tempo não não não não. Posso também passar um tempão sim não sim não sim não sim não. Ou sim sim não sim não sim sim. Ai, sei lá, uma maluquice isso. Mas que eu fico assim, eu fico. Dias sim são aqueles em que eu me sinto mais feliz, em que as coisas são mais leves, os problemas parecem ter solução, está tudo mais tranquilo. Eu rio mais, me divirto mais, brinco mais. É o dia em que eu sou mais do jeito que eu gosto de ser. Dias não são aqueles em que tudo é muito estranho. Não consigo achar graça em nada. Minha vontade é fazer jejum de palavras. Silenciar. A sensação que tenho é que se abrir a boca vou chorar. E choro, viu? Meu pensamento encurtece. Não consigo ir muito longe, só penso em minutos depois. Aí, lembro da história de "engole esse choro! Para com isso! Tanta coisa séria na vida e você chorando a toa!" E vem o debate interno... "Mas será que o meu choro é por bobice?" "É sim! Para agora!" E dou só mais uma choradinha. Ninguém viu mesmo... Ai, mas não é bom fazer essas coisas escondidas. Alguém vai descobrir e eu sempre acabo contando. Pode ser alguém pra quem eu não queira dar muitos detalhes e vê essa minha cara horrível, acha que estou gripada... Sei lá. Vai que eu encontro alguém com a mesma mania que eu de perguntar se a pessoa está feliz... O que que eu vou responder? Vou chorar um pouquinho e dizer "to feliz sim, to até chorando de tanta felicidade...", só pra disfarçar? A pessoa vai achar que eu sou muito mais maluca do que eu sou na verdade. Não vai entender nada. Mas, afinal, é para eu me preocupar com isso? Ah! Eu também tenho direito de chorar, de não querer falar, não conseguir fazer ninguém rir, de querer ser chata bragarai! Acho até que ficar assim faz um certo sucesso! Palo menos tem gente que faz. Eu ainda não fiz... Hoje, por exemplo, foi um dia totalmente não! Não mesmo!!! Ô dia estranho! Ai, mas acabei de lembrar que ontem também foi, anteontem também, ante... Putz, há muitos dias!!! E agora, que eu escrevi tudo isso aqui, tenho certeza que terei de transformar os próximos dias em dias sim sim sim sim sim... Senão, estou perdida!!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estou aqui!

Estamos sempre em busca de saídas. Seja porque entramos em alguma roubada, seja porque erramos o caminho, seja porque somos distraídas e viajamos em soluções equivocadas... Eu, por exemplo, às vezes acho que não tenho saída para um monte de coisas. Está tudo super nebuloso, ou estranho, ou angustiante, ou irritante, ou sei lá o quê! De repente, quero que tudo se resolva. Basta acordar decidida a jogar tudo para o alto. Simplesmente fugir do mundo. Ainda que de um jeito inventado. Cavar um canto aqui, outro ali e com a maior cara de pau fingir que tenho um coração vagabundo e achar que está tudo azul. E mesmo que a voz tenha sumido, que diante da tela do computador não tenha a menor vontade de fazer nada, a não ser dar uma boa e calada choradinha. Decido que vou respirar fundo e farei todo mundo rir falando um monte de bobices. Resolvo que essa é uma boa saída pra chamar a alegria. É como se eu falasse assim: vem pra perto de mim!

sábado, 10 de outubro de 2009

A menina - correção!!!

Falei com a minha mãe há pouco...
- Filha, o texto A menina é sobre o seu nascimento, não é?
- É mãe, por quê?
- Porque seu pai foi um homem a frente do seu tempo. Ele não estava fora da sala de parto. Ele assistiu a todos os meus três partos! Você não se lembra que ele dizia que depois que você nasceu ele não conseguiu mais olhar pra mim? Só olhava pra você?

Não, mãe, eu não me lembro, mas acredito em você. E confesso, achei o máximo saber que meu pai assistiu a todos os seus partos!
Vocês dois foram pessoas a frente do seu tempo!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Podia gritar

Ando confusa. Posso dizer que em relação a quase tudo. Às vezes me acho uma rocha de tão forte. Tomo decisões, levanto, respiro fundo e digo que não quero fazer parte da legião dos fracos. Jamais! Quero sim fazer parte daqueles que se permitem chorar, sofrer, pedir ajuda, juntar forças. Quero escutar. Quero falar. Mas tenho me sentido cheia e vazia. Olho para algumas pessoas e sei que preciso da inteligência delas, dos passos que dão, das mãos pesadas que usam nas ações do dia a dia... Para outras, olho com cansaço das mesmas palavras, dos mesmos gestos, daquilo que parecem ser e não são. E sinto uma solidão profunda. Insegurança. Medo de ser ou estar igual. E acendo outro cigarro que me dê a sensação de engolir aquilo que não consigo xingar.

A menina

Tudo aconteceu em um dia de inverno. Na sua cidade o frio nunca é muito forte. Foi uma espera angustiante. Pelo menos foi isso que ela sempre escutou. O pai estava aflito. Já tinha um menino e a menina era o que ele queria. A mãe sofria com as dores do parto há várias horas. Corajosa. Assim ela também sempre escutou. Sua mãe estava em uma casa de saúde na zona sul da cidade e, naquela época, não era comum os pais participarem dos partos. Na hora da cesariana, seu pai ficou do lado de fora. Já era noite. Finalmente nasceu. Menina. Para o pai colocar no colo. Sonho dele. Mas nasceu roxa. Ela não chorava. Água fria. Água quente. Finalmente chorou. Essa foi a história que ela sempre escutou do dia em que nasceu. Gostava da parte em que seu pai queria uma menina para colocar no colo. Tinha pena da sua mãe por sofrer para ela nascer. Mas achava linda a parte em que se achava uma lutadora desde que nasceu.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cobal do Humaitá...

Quarta à noite. Minhas amigas Lelê, Laura, Ana Paula, Clé e eu. Convite de casamento, histórias engraçadas, planos, chororôs, gargalhadas, algumas cenas de raivas, tudo o que temos direito. E a certeza inabalável de que eu não vivo um segundo sem esse amor. Não mesmo!

Lelê me dando Bom Dia!

Meus amigos me salvam!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Para Regina e Ricardo

E para Juju, Clarice e Sá. Amamos muito vocês. Nosso domingo foi lindo...
Obrigada por tudo!
Olívia e Bia


Los Hermanos
Atahualpa Yupanqui

Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
En el vale en la montaña
En la pampa y en el mar
Cada cual con sus trabajos
Con sus sueños cada cual
Con la esperanza adelante
Con los recuerdos de trás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar

Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con um lloro para llorarlo
Con un rezo para rezar
Con un horizonte abierto
Que siempre esta más allá
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tezón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar

Y asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Nos perdemos por el mundo
Nos volvemos a encontrar
Y asi nos reconocemos
Por el lejano mirar
Por las coplas que mordemos
Semillas de imensidad
E asi seguimos andando
Curtidos de soledad
Y en nosotros nuestros muertos
Pa que nadie quede atrás
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar
Y una hermana muy hermosa
Que se llama libertad

Mercedes Sosa

Eu acabava de fazer 17 anos, quando chegou aqui uma cantora argentina, que morava na França, exilada da ditadura no seu país. Os tempos aqui também eram sombrios. Eu não sabia muita coisa sobre ela. Meus pais [ainda bem!] sabiam e nos levaram ao show que fez no Rio, no Teatro João Caetano. Estava lotado! E foi maravilhoso. Conheci ali, grande parte das músicas que mais cantei nos anos seguintes e a poeta chilena Violeta Parra. As duas me arrebataram para sempre. Pelas palavras e pela história. Mercedes Sosa tinha a cara larga, os cabelos lisos, a voz forte. E em determinado momento chegava na beira do palco e cantava:

(...)Todas las voces todas,
todas las manos todas,
toda la sangre puede
ser canción en el viento;

canta conmigo canta,
hermano americano,
libera tu esperanza
con un grito en la voz.

Senti uma vontade de subir no palco e cantar junto, muito alto e sair pelas ruas. Ver a América Latina unida para sempre, derrubar todos os ditadores e mudar o mundo! Neste mesmo show, Sergio Ricardo também tocou seu violão e todo mundo cantou baixinho com ele.

(...)Do que eu queria explicar,
Cala a boca moço,
Cala o peito,
cala o beiço,
Calabouço,
calabouço.

Olha o vazio nas almas,
Olha um brasileiro de alma vazia.

Aí, eu chorei.
Três anos depois ela voltou para dois shows no Maracanãzinho. Fui aos dois enlouquecida! Foram lindos. E de tanto escutar seus discos, cantei todas as músicas. Muito, muito, muito!
Há uns oito anos atrás fui assisti-la no Scala. Ela estava muito, muito gorda. O show não estava cheio e a sensação que me deu é que aquela era a última vez que estava vendo Mercedes Sosa. Senti uma tristeza enorme. Eu havia envelhecido, ela também e muitas coisas haviam se perdido. Ali, eu desejei muito voltar aos 17...