quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por que é que tem que ser assim

Ando com uma saudade doída dela. De andar de mãos dadas por aí. Das gargalhadas, por pura bobice. Dos programas só nossos. De ver Friends agarradinhas no sofá. E ficar rindo, rindo, rindo. Saudade de fazer brigadeiro branco e comer o prato todinho de colher. Saudade de sair pra comprar roupa e não encontrar nada. Até do mau humor dessas horas eu sinto falta. Saudade de comer comida japonesa, até a gente não aguentar mais. Saudade de ir no trashokê e, juntas, cantar olhando uma pra outra. "Sou eu assim sem vocêê." Saudade dos domingos de risotos inventados. Cada domingo um diferente. Saudade dos abraços apertados e dos beliscões que eu dava quando ela virava de costas. Ela sempre reclamava rindo. Saudade de entrar no quarto dela e vê-la cantando aaaalto!!! Sempre cantando. Saudade de tudo o que ela fazia e trazia pra eu provar. E eu sempre queria mais. Saudade de poder dizer que a amo com o amor mais forte que existe. Amo tanto que tenho certeza que essa saudade vai acabar.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Meu for tri tri

Depois de alguns dias andei de ônibus outra vez. Mais histórias me divertem. Um senhor muito idoso, muito demais, atravessa a Nossa Senhora de Copacabana sozinho. Na cabeça, um machucado. Revolta geral. ‘Como pode? Se eu machuca-lo, aparece neto, filho, bisneto, até pai e mãe!’ Não tem como ficar alheia. Nem meu desligamento habitual suporta. ‘Ah! Malandro, precisa ver a minha sogra! Ela é pensionista da Aeronáutica. 74 anos. Eu aqui ralando como cobradora. Meu marido com 46 anos, ela agora arrumou um namorado de 48. Adivinha onde ele trabalha? No Hospital da Aeronáutica, haha. Só pra arrancar dinheiro dela. É uma máfia que tem lá, só pra isso.’ E assim, minha viagem interna se distrai. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Ai, outra vez

A dor voltou a me paralisar nos últimos dias. O mesmo sentimento de desamparo durante a noite. Nada me socorre. De repente, se mistura aos sonhos e quando acordo, demoro muito tempo pra entender se é real, ou se tudo aquilo fez parte do meu sono. Desalento absoluto.
Hoje foi assim. Horas lentas. Banho muito quente. Cabeça confusa. Pelos remédios, pelo cansaço. O trânsito insuportável me deixa a um gesto de sair correndo e gritar muito. Só desisto diante da chuva e do frio que não vão embora da minha cidade. Se não fosse isso, talvez a dor até desistisse de mim.