quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Não ecoa

Sempre fico em dúvida no que vem primeiro, se o silêncio ou se a falta de resposta. Sim, porque se eu falo, falo e falo e ninguém me escuta, eu me calo. E se silencio, não escuto o que eu quero. O tempo passa e cai no esquecimento essa falta de escuta as minhas falas. Com o tempo fico achando que preciso falar. E fico me perguntando se o silêncio afastou minhas palavras do que eu queria escutar. E faço um esforço enorme para começar o exercício da fala. Até que um dia ela sai. Silêncio outra vez. Não escuto nada. Aí resolvo não falar. Mais silêncio. Passa o tempo de novo. Meu problema é a dúvida ou o esquecimento?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Temos Nina!!!


Você chegou e nos encheu de alegria, de emoção e de esperança de uma vida cheia de aventuras, de descobertas e de escolhas suas.

Seja feliz. E saiba que contará sempre com o nosso amor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As minhas meninas, Olívia e Carolina

Eu olho as minhas meninas e sei que elas saíram sozinhas. Passaram o dia juntas, conversando, fazendo compras. As minhas meninas. A de cabelo comprido é a minha filha. A outra entrou pra sempre na nossa vida. Lá estão as minhas meninas. Contando seus passados, falando dos seus destinos. Tão iluminados de sim. Passam por mim. E embaraçam as linhas da minha mão. Enchem os copos, mechem as panelas, sorriem felizes. Uma abriu a casa. A outra encheu com o seu tempero, seu gosto e o seu fazer. E nós três ali, observando os caminhos, das minhas meninas, que são tão minhas, na minha ilusão. Salada fria Carolina, molho e risoto Olívia, brinde... Um dia pra celebrar para o resto da vida. Com as minhas meninas, do meu coração*.

Letícia e Sá, vocês foram as testemunhas felizes, junto a mim, dessa tarde maravilhosa, na casa linda da Carol.

*Obrigada, Chico!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Se eu pudesse

Enxerguei os primeiros sorrisos nos últimos dias. Sim, aqueles em que sentimos que estão ali, não para acarinhar a alma de alguém. Estão ali porque chegaram. Fizeram um longo percurso, mas chegaram. E a vontade que dá é passar a mão bem de leve e contar como é lindo, como está luminoso. E aí, eu lembro lá atrás, quando eu congelei dentro de mim o primeiro sorriso que vi em você. E que eu bati palmas como se fosse uma grande comemoração. Porque foi como um alívio... de que o meu colo era quente, o meu peito te alimentava, as canções de ninar te confortavam. E que tão pequenina já entendia que eu mandaria, para o resto da vida, qualquer rua ladrilhar com pedrinhas de brilhantes, só pra você passar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vai

Tudo o que é feito de um jeito discreto, silencioso, sempre me seduziu. O sorriso de canto, as palavras ditas em tom baixo, o olhar de lado. Tudo isso eu adoro. Mas quando entre a fresta da porta percebo o choro abafado, das lágrimas que correm asiladas, em transparência oculta, com som afogado e melancólico, é como um esmagamento da minha alma, do meu corpo magro e curvo, exausto de tanta dor. Essa discrição eu não suporto. Preferiria que fosse alto e que eu pudesse, permanentemente, socorrer. Agarrar, arrancar, puxar e dizer: vai! E não volte nunca mais. Que linha é essa que embaralha aí dentro e que eu não consigo achar a ponta e te livrar dela? Silenciosa. Dilacerante. Vai e não pare mais em lugar nenhum. Em coração algum. Mas antes disso, me deixe achar a sua ponta, para que eu escute diariamente a gargalhada barulhenta, de uma juventude em paz.