quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais um pouquinho de você, de vocês

















:(

Nada mais me surpreende. Só sei que as vezes um pouco da minha alegria vai embora.
Quando escuto mais um impedimento. Quando não vejo o sorriso no rosto dela.
Sinto vontade de descansar muito.
De esquecer algumas coisas.
Não escutar nada.
Falar pouco. Me aquietar.
Ai, como eu queria ficar quieta. Num silêncio absoluto.
Acalmar a ansiedade que se instalou. Já faz tanto tempo.
Não quero nenhum som que me confunda.
A memória me trai. Tento pensar que tudo pode ser mais fácil.
E será.
Queria poder zerar.

sábado, 25 de abril de 2009

Quero a minha casa!!!

Semana estranha essa... Feriado, trabalho, feriado, trabalho...
E no fim ainda vou pra Brasília. Unpf!
Na ida até que não tivemos grandes sustos.
Só foi muito engraçado quando estávamos tranquilamente indo para o portão de embarque, quando escutamos chamarem nossos nomes pelo alto falante...
Eu, hein, nem estávamos atrasadas. Gente ansiosa.
Entramos no avão, peguei meu livro maravilhoso, O Homem Comum, e o tempo passou rápido.
Vontade de continuar lendo. Mas chegamos.
E pega onibusinho e ele dá quinhentas voltas pela pista.
Sempre complicando. Por que não pegam uma linha reta?
O almoço foi ótimo, rimos um bocado.
Reunião igual a todas.
Quero voltar pra casa...
Sempre que vou a Brasília lembro muito do meu pai.
Fico pensando no que teria acontecido na minha vida se tivéssemos ido morar lá...
Não, foi bom ficar no Rio.
Foi bom nada. Foi ótimo!
Brasília é estranha. Não se vê gente nas ruas.
Ô cidade cheia de vias expressas e carros correndo.
Nunca vi trânsito parado lá. Como pude ter sido tão desinformada na vida...
Entramos no táxi. Tínhamos 2h pra pegar nosso voo.
Andamos e, de repente, tudo parado.
"Moço, como assim???"
"É, Brasília sexta-feira é assim..."
Saco! Odeio trânsito. Odeio ficar parada.
E eu nem consigo ler no carro...
Tento de todas as formas covencer o motorista de que deveria haver outro caminho.
Nada. Ele fica irredutível. Não tem outro caminho.
Fico pensando como pode uma cidade só ter um caminho pra sair dela.
Brasília é assim. Pelo visto só tem uma opção pra tudo!
O tempo passa e a gente anda pouco.
"Moço, estamos chegando?"
"Nem! Ainda faltam uns 10km. São 15km até lá!"
Puta que pariu!!! Quero ir pra casa. Hoje é sexta-feira!
E eu imploro para o motorista dar um jeito.
Não estou acreditando que a opção é dormir ali. Não pode ser.
Estamos chegando?
É impressionante! Aqui se dá um jeito pra tudo, menos pra quatro pessoas trabalhadoras, cansadas, cumpridoras dos seus deveres... simplesmente voltarem pra casa?
E eu me desespero.
O que é que deu na cabeça da pessoa que marcou uma reunião sexta-feira nessa cidade louca???
Já estava quase transformando meu desespero em desilusão absoluta com a vida, quando o moço resolve sair pela esquerda, andar um pouco e dar um jeito...
Chegamos!!! I-na-cre-di-tá-vel!!!
Para o avião, mais ônibus. Mais caminho louco dentro da pista.
Entramos. Estávamos todos em poltronas no meio.
No meio??? E eu entre dois homens enoooormes!!!
Ai, não, pelamordedeus, eu mereço outro lugar.
"Moça, ainda vem mais onibusinhos?"
"Acho que não", fala a aeromoça.
Sentamos todos juntos.
Ficamos tomando conta da pista. Chega mais um ônibus.
Cacete, que tanta gente é essa?
Mas depois de um troca troca, conseguimos ficar juntos.
Vamos embora, vamos?
Mais 50 minutos...
Leio, olho pro relógio de 2 em 2 minutos, o tempo custa a passar.
Ô raiva.
Até que chegamos.
Ainda era sexta-feira e eu estava de volta pra casa.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Eu podia estar vendendo xuxuba ou falando inglês em um avião...

Quarta-feira. Acordo às 5h50 e vou malhar. Corro 8km, porque preciso me preparar para a corrida de domingo com a galera da FGV.
Vou para o trabalho e chego antes das 9h. Saio 20h. Detalhe... Chovia bastante.
Da porta da FGV vejo o 415 chegando no ponto. A louca do 15 (eu!) sai correndo pra conseguir pegá-lo. O sinal fechou e rapidamente eu penso: "ufa! vou conseguir!"
Grande engano. O motorista nem olha pra minha cara. Ô raiva!!!
Quem são as pessoas que treinam esses caras? Será que ele não sabe que pra alguém sair correndo assim, àquela hora, com as ruas do centro vazias... Precisa e tem direito de ir para casa? Custa abrir a porta?
Espero mais um tanto. Vejo no sinal da Presidente Vargas outro 415. Pronto, agora eu vou...
Cacete! Ele passou correndo e ainda piscou o farol pra mim!!!
Gente, os motoristas dessa linha resolveram me boicotar???
Mais 15 minutos e vem outro. Coração dispara. Ele para. Entro dando boa noite e falo logo: "ai, moço, que bom que o senhor parou..."
Ele me olha com uma cara de quem não entendeu nada.
E, como sempre, começo a viajar nos meus pensamentos...
De repente, me conecto com a realidade a minha volta.
- Xuxuba é 30, 4 é 1 real. Xuxuba é 30, 4 é 1 real. Xuxuba é 30, 4 é 1 real...
É um senhor, todo molhado de chuva, de chinelo, cabeça branca, carregando um monte de sacos de jujubas pendurados em arames. O ônibus está vazio e ninguém compra.
Fico pensando que, afinal, nem é tão ruim assim precisar do 415, sair tarde do trabalho... Eu podia estar vendendo xuxuba no ônibus e pegando chuva pra sobreviver.
O velhinho senta no banco lá na frente. Ninguém mais entra, mas ainda assim de vez em quando ele levanta e começa com xuxuba é 30, 4 é 1 real.
Quando chegamos no Corte, ele levanta, pega um guarda chuva grandão (pra que se não tem como abrir?) e pendura na camisa atrás, pega os sacos e fica em pé. E aí começa a falar com o motorista:
- Aí, voxe precisava ter me vixto sexta-feira na Lapa. Eu e um camelô com uma loura, com os cabelos pintados mexmo, classe média, me querendo muito. Cerfexa, eu, o camelô e a loura. Corpão. Classe média. Acho até que é professora. Loura pintada. Classe média. Me querendo...
O motorista começa a rir, o cobrador, os poucos passageiros se entreolham e ele contando sua sexta-feira na Lapa.
Converso comigo mesma... Caraca! É homem, né? O sujeito tá todo ferrado aqui, não vendeu nenhuma xuxuba, estão rindo dele, mas tem que contar uma vantagem com mulher.
Ainda bem que estava quase chegando em casa.
Dia seguinte tudo de novo... Só que em vez do 15, pego a Gol. São Paulo. Eu mereço...
Aí, as pessoas estão mais arrumadas, as aeromoças usam umas luvas brancas sem mão (não entendo o que é isso... Quem inventou que isso é bonito, gente?), os homens educados, torço muito para o piloto saber que não pode sair que nem um louco por aí e lá vamos nós.
Começo a viajar nos meus pensamentos outra vez. De repente, ouço aquela voz de sempre, com as mesmas explicações de sempre (e se o avião cair eu não vou saber o que fazer, porque nunca prestei atenção). Ai, é muito chato.
E quando começam com o inglês... É de doer! Porque colocam uma pessoa que não sabe falar inglês, para falar publicamente em inglês? Quem treina essas pessoas, gente?
Só que no lugar do velhinho vendendo xuxuba, vem um casalzinho oferecendo um biscoitinho que certamente foi 1 a 30 e 4 a 1 real...
Ai, ai.