Cotidiano

Eu tenho um canto. Fico ali. Às vezes tão concentrada que nem escuto quem fala comigo. Alguns chamam isso de dis-tra-ção. Isso não é. Aí vem um susto e uma gargalhada em seguida. Muitas vezes fico dispersa. Tantas coisas pra pensar, pra resolver, não tem concentração que resista. 500 e-mails de trabalho, 1.000 decisões e mais de 1.000.000 de palavras trocadas com as minhas cúmplices da vida, das palhaçadas, das coisas sérias. Ô coisa boa! Minha salvação... O telefone toca, reuniões, capuccino, raspadinha na xícara [e todos me implicam muito!], tudo igual todo dia. E tudo diferente. Porque a gente vai reinventando o que é igual. Vai brincando. Vai rindo do que é patético. Vai falando sério quando não tem graça nenhuma. Às vezes [todo dia] bate uma tristeza incontrolável... E eu choro muito. Uma cascata de lágrimas. Meio quieta, meio sem vergonha. E tenho sempre dois anjos pra me consolar. Alê e Catinha me dão a doçura e a proteção maior do mundo. E o meu amor por elas transborda a cada dia. E a gente sempre termina esse chororô rindo muito. E o meu canto fica barulhento, porque somos os queridos amigos, e escutamos um xiiiiiiiiiii, e grito bem alto vocês não gostam de ver as pessoas felizes? E rimos um pouco mais, claro! E lá do outro lado, a Carol levanta e faz um monte de barulhinhos pra mim, porque ela sabe que isso enche o meu coração de esperança. De dias melhores. E aí, chega o fim do dia e a Lelê e a Simone me pegam na porta da ferrevê e a gente vai tomar um café antes de ir pra casa. E vamos falando muito. Rimos, choramos, reclamamos, falamos da vida. Depois da pequena catarse, saímos pelas ruas do centro fazendo palhaçada e achando tudo muito engraçado. Porque, apesar de tudo, a vida É engraçada. E concluímos que não tem nada neste mundo que nos faça melhor, que nos cure mais das dificuldades e das tristezas, do que esses nossos encontros. UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUH!!! RÁ!