quinta-feira, 8 de abril de 2010

A dor da gente sai no jornal

Ai.
É só o que eu consigo dizer. Diante da TV ou do computador, das imagens que vejo, das notícias que escuto, só desespero. Agora, não precisam mostrar o pai dizendo que a casa está de pé, mas o filho de 20 anos ele não tem mais. Nem a mãe que perdeu a única filha e a neta tão preciosas.
Ai.
Deixem essas dores agudas na privacidade de cada um. Pelo menos isso. Estampem sim o absurdo do descaso, da miséria, da calamidade que não escolheu pobres nem ricos... Divulguem a solidariedade, a revolução que as pessoas fazem utilizando a Internet para transmitirem as notícias, os alertas...
Ai.
Vontade de voltar o tempo atrás e deixar todas essas pessoas com casa outra vez, com suas famílias, seus amores, seus filhos, seus pais, suas vidas. Boas ou ruins, mas suas.
Ai.
Acho que estamos todos ficando malucos. Hoje de manhã muito cedo acordei com meu coração aos pulos. Escutei muita chuva. Abri a cortina, morrendo de sono e vi que o chão da rua estava seco. Alívio. Ao longo do dia, no trabalho, qualquer nuvem mais escura dá vontade de largar tudo e sair correndo. Pânico.
Ai.
E na minha casa está tudo tão seco, tudo tão inteiro e de pé...

3 comentários:

Aureliano Mailer disse...

Ai.
Que texto bom.
E que crítica à midia.
Parabens pelo texto e pelas idéias.

Rebecca Leão disse...

Querida, quem um dia morou na Praça da Bandeira será sempre um estressado... impossível não sofrer com tudo isso. Bjs

Reynaldo disse...

Eu as vezes fico pensando como tudo isso acontece de uma hora para outra. As pessoas em suas casas, com seus familiares, assistindo TV, jantando, felizes ou não e de repente nada mais existe. Não existe mais casa, não existe mais família, não existe TV, não existe mais nada.
Para aqueles que perdem os seus bens materiais podemos de alguma forma ajudar, e para aqueles que perdem o seu bem maior, mãe, filho, mulher, amigo o que fazer? Como ajudar? Como acreditar? Como se levantar.
Beijos