domingo, 14 de março de 2010

Uma aflição medonha

Quando eu tinha 16 anos, fui fazer intercâmbio nos estados unidos. Quando estava lá, naquele frio e morrendo de saudade dos meus irmãos, dos meus pais, dos meus amigos e do meu país, recebi uma fita K7 com o disco Geraes, do Milton, que havia sido lançado aqui. Não sei se foi a distância, mas não me lembrava de ter ficada tão impressionada com um disco inteiro... E chorei copiosamente escutando O que será [À Flor da Pele]. Sentei imediatamente e escrevi uma carta enorme pros meus pais. Circo Marimbondo me deixava feliz e eu dançava sozinha. Todas são maravilhosas. Essas músicas me acompanham a vida toda.
Hoje fico pensando que o que será que será que dá dentro de mim e que não devia, e que me deixa assim, tão sem vontade de participar da folia... E aí, começo a cantar alguma dessas músicas e vem uma vontade de chorar por estar tão à flor da pele, e uma alegria enorme por tê-las tão minhas. E ainda vem sempre a voz do meu pai cantando no meu ouvido, só pra me implicar, mudando todo o sentido da canção: "a que não tem juízo...". E rio sozinha.

2 comentários:

Letícia disse...

Seu texto me deixou com um nó...

Sá disse...

Não sei se é por aí, mas...

Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar e cantar e cantar...
E não ter a vergonha de ser um eterno aprendiz.

Pra quem não tinha juízo é um bom recomeço...

Bjs