sábado, 21 de março de 2009

A minha tropa

Sábado de manhã. Um sol enorme. Calor. Ipanema lotada.
Saímos de casa para a praia. A pé.
Uma cadeira com cada um. A barraca cruzada no ombro do Sá.
Era uma novidade. Levávamos uma barraca .
Simone havia feito uma apresentação perfeita.
O Bonde todo quis uma igual.
É, a barraca é o máximo. E nada discreta. Um verde lindo.
Portaria, caminhamos pela Redentor, chegamos na Aníbal, cruzamento com a Visconde...
- Fatiooooou, andou... fatiooou, andou... Vamos Bia, vem fazer Tropa de Elite!!!
- Hãããããã? Como assim? Você quer que eu brinque de tropa de elite na frente desse mundo de gente?"
A barraca era a "arma". Ficava na horizontal e apontada pra frente.
- Mas, Sá, a gente ainda não tem neto... Nenhuma criança conosco!
- É, vem comigo!
Ai, não, sou bem humorada, rio de tudo... mas aí era demais! Sou tímida. Não dava pra sair brincando assim, em plena Ipanema, nessa idade!
- Sá, por favor, não tenho coragem, me tira dessa.
E continuamos andando pra praia. Ri pra caramba, mas não consegui...
Chegamos na praia, mais duas barracas iguais, da mesma cor. A da Simone, a primeirona, e a da Joana.
O Bonde é do Dom e é verde.
Domingo. De novo o sol. De novo a praia. De novo nós todos lá. De novo as barracas verdes.
Fomos todos almoçar juntos. Paul Redfern com Prudente.
Rimos pra caramba. Piadas. Histórias. A alegria de sempre.
Calçada.
- Fatiooou, andou! Fatiooou, andou!
E dessa vez a tropa saiu. Sá na frente, Joana e Simone atrás.
Cada um com sua "arma". Os passinhos certos, o "perigo" por perto.
Lelê, Lucia, João e eu atrás.
A gargalhada foi geral!
A felicidade estava ali.
Voltamos pra casa e eu não conseguia parar de rir.
Uma mistura de orgulho com a certeza de que eu sim tenho a tropa certa.
E a mais animada da cidade.

domingo, 15 de março de 2009

A nossa chef. Ao nosso amor por ela

Naquele momento estávamos emocionadas. Ela com um aperto e eu somando o meu com o dela...
Poderíamos ter ficado ali chorando. Lamentando. Sofrendo.
Resolvemos montar um plano a favor do talento dela, juntando com a vontade de ficarmos mais felizes e com pouquíssimas pessoas. Muito amadas.
Ela escolheu o menu. Ela sabia bem o que faria.
Combinamos tudo. Ontem era o dia.
Não abriríamos mão de nada do que pensamos. E assim fizemos.
O dia começou. Mãe e filha.
Um pouco de sono daqui. Uma fome louca dali. Café da manhã no zona sul.
Ô coisa boa! Nós duas conversando, pensando nas compras que faríamos em seguida e aproveitando aquele momento nosso.
Listinha nas mãos, lá fomos nós.
Compramos quase tudo. Faltaram algumas coisas. Fomos atrás delas e, finalmente, estava tudo lá.
Vivi chegou para ajudar. E ficamos a postos: nós duas seríamos as ajudantes da chef Olívia!
E assim foi... "Mãe, segura a faca assim que é melhor!"
"Vivi, a cebola deve ser cortada assim..."
Panelas, mil facas, muitos apetrechos e lá fomos nós cortando, separando, acendendo o fogo, aumentando a fome...
Achei o máximo participar daquela produção de um almoço, tão bem regido pela minha filha...
Confesso que fiquei ansiosa em ver a reação das pessoas. E eu era só uma coadjuvante.
Primeiro chegou a vovó Wilma. Sempre apoiando. Sempre amando.
Sem dúvida, seus almoços espetaculares inspiraram em muito a opção da minha filha pela gastronomia.
Depois chegou o Jorge, o pai tiete, super amado e carinhoso, e a Helô, a madrasta que não gosta de ser chamada assim, por ser muito mais do que isso: é amiga, incentivadora, cuidadosa, maravilhosa. E também inspiração na cozinha...
A ansiedade crescia.
Por fim, chegou Joana. Nossa amiga de todo dia. Atenta, solidária, tinha que estar junto de nós.
Sá servia as bebidas e incentivava, como sempre, elogiando, torcendo, dando amor. A nós duas.
Hora de sentarmos à mesa. Roupa completa, sorriso aberto, lá vinha nossa chef... Um brinde!!!
Salada refrescante de tomate com hortelã, com um tempero fascinante. Impossível não suspirar. Bom demais. Helô não parou de repetir que estava um escândalo! E eu não parei de repetir... comi umas três vezes!
Em seguida, risoto de camarão com palmito pupunha. Perfeito!
Os comentários eram os mesmos o tempo todo: "maravilhoso!!! delicioso!!! perfeito! quero mais! quero mais! quero mais!..."
Comemos muito. Apreciamos muito. Nos orgulhamos muito. Nos divertimos muito.
Foi um almoço de prazer e de alegria.
Pra mim, confesso, olhar para a minha filha linda, sorrindo, orgulhosa do seu trabalho... foi de uma emoção profunda.
Nosso dia se estendeu em conversas, em risadas, em um encontro inesquecível em torno do nosso amor, do nosso respeito e da celebração a nossa Olívia.
Nem lembrei do meu aperto. Espero que o dela tenha passado...
P.S.: ainda tivemos um encontro virtual com o Caio. Foi tudo bom demaissss!

sábado, 7 de março de 2009

Pequena empresa neurótica...

Vivo da tecnologia. Adoro as novas tecnologias.
Ipod, celular, computador, todas as ferramentas de comunicação...
Mas não suporto o controle.
Nunca suportei.
Se existe aguma coisa cruel é a tentativa insana de controlar outra pessoa.
De calar outra pessoa.
Continuarei a falar o que penso. A defender o que acredito.
Odeio a arrogância, a falsidade.
Não compactuo com prepotência de nenhuma ordem.
Detesto a imposição pela força. Pela intimidação.
Em nome de coisa alguma.
Mais do que nunca estamos precisando urgentemente discutir os limites da invasão.
Da privacidade. Do direito ao segredo. Às confidências. Às brincadeiras a dois, a três, a quem for convidado.
E-mails, ligações de celular, conversas pelo MSN... fazem parte do mundo privado de cada um.
Não são propriedade de empresa alguma. Nem de inimigos.
Sob nenhum argumento.
Hoje, parece que o fato de pertencermos a algum quadro, de qualquer empresinha, dá a alguém o direito de "bisbilhotar" a vida do outro.
Pior! Dá o pretenso direito de ameaçar, de humilhar, de divulgar seus conteúdos.
De difamar!
Como assim?
Que pessoas são essas?
Que "direitos" são esses?
Que sujeitos tão doentes e inseguros estão por trás de atos tão absurdos, que precisam ultrapassar todos os parâmetros de ética para preservarem suas mentiras?
Que argumentos constróem para justificarem apenas aquilo que prezam tanto: o dinheiro e o poder?
Poder medíocre de quem pensa tão pequeno em dias que precisamos mais é de solidariedade, de generosidade, de garantias de se preservar o que custamos tanto a conquistar: o direito livre ao pensar.
Não, de jeito algum, o pensamento, os sentimentos, as idéias, o que se fala, o que se escuta... nada disso pertence ou pertencerá à meia dúzia de enlouquecidos.
A mim, não importa se o telefone, o computador, a cadeira, ou seja lá o que for, pertence a qualquer organizaçãozinha ou a grandes corporações.
O que foi dito ali, em nome próprio, pertence ao autor.
Não me venham com justificativas pequenas, autoritárias, infâmes.
Não me venham com a própria infelicidade querer destruir a felicidade de ninguém.
Não conseguiram e não conseguirão!
É tudo muito previsível para quem não sabe nada de relações humanas.
Para quem não é feliz além do metro quadrado em que se trancam, se degladiam e se imaginam os donos do mundo.
Ah! Se soubessem que se fizerem isso com TODAS as pessoas de seu pequeno feudo não sobreviverão...
Pobres dessas empresinhas, dirigidas por pessoas tão mesquinhas, que esperam dessa forma serem grandes um dia.
E lutam literalmente para alcançar o "erro zero".
Logo o erro, que qualquer educador sabe ser tão importante...
Será que quem espia tanto não está com muito medo de ter suas práticas expostas?
Quem sabe se tiverem amigos de verdade, amores enternecidos, prazeres saudáveis para serem vividos, não conseguirão assumir suas fragilidades humanas, suas opções sexuais e até mesmo suas jogadas comerciais?
E aí sim, conseguirão olhar melhor para as pessoas que são felizes.

Outro dia, li um texto de uma pessoa que, mesmo de longe, admiro muito. No final, brilhantemente, ele dizia assim:
"A invasão de privacidade coloca frente a frente uma pessoa física normal com suas fraquezas e acertos, e uma pessoa jurídica neurótica, que perdeu a noção de democracia quando começou a espiar pelo buraco da fechadura. Quando George Orwell escreveu 1984, ele estava pensando em situações como essa, ele nunca imaginaria o BBB."

quarta-feira, 4 de março de 2009

Lá vai ele...

Meu filho viaja amanhã.
Vou morrer de saudades...
Sentirei falta das suas implicâncias, do seu jeito único de rir de tudo.
Da voz alta, dos carinhos intensos.
Sentirei falta do seu silêncio. Dos seus barulhos noturnos.
Mas está indo buscar um jeito novo de olhar pra vida.
Conhecendo o mundo.
Fica feliz, meu filho amado.