sábado, 6 de setembro de 2008

Distraída?

Ela passava horas deitada, olhando para o teto e pensando como seria a vida quando virasse adulta.
Engraçado isso, tão criança e perdendo tempo precioso de brincadeiras e nada pra fazer, pra pensar na vida de compromissos, profissão, casamento, filhos. Ela gostava disso. Desse devaneio infantil.
Aliás, deitar na cama e olhar para o teto ou olhar horas para o nada é uma mania que ela sempre teve.
"Tá pensando na morte da bezerra, minha filha?" A mãe sempre perguntava.
Ela não entendia bem o que era isso, mas sabia que seus pensamentos sempre foram longe. Isso é sonhar? Ela não sabia, mas tinha certeza que tinha muito o que pensar.
Talvez a timidez e uma eterna preguiça tenham contribuído pra isso.
As tardes de sábado eram as mais propícias para os pensamentos voarem. As de domingo ela não gostava. Sempre teve uma melancolia forte.
E assim a vida dela foi andando e mudando. Cheia de pensamentos que voam.
Até hoje isso é encarado como mera distração. Como pode ser distração um pensamento que voa para outros pensamentos que a fazem conseguir viver?


(...) A distração pode ser entendida como um lapso de consciência e de falta de atenção.
Wikipedia

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bacana, querida!!
Estava com saudades!
Bjs,
Ana

Letícia disse...

Melhor estar distraída do que prestar atenção. Sábia menina!
Beijos.

Anônimo disse...

Muitas vezes que parecemos estar distraídos para o mundo, estamos atentos com o nosso eu, logo, as vezes é muito bom estar distrído.
Beijos!!!!
Reynaldo
PS:Já estava sentido falta.

Anônimo disse...

também não consigo entender a "morte da bezerra". e também ouvia outra coisa que sempre me encucou: "Carol, você parece bico de chaleira: abre a boca e solta besteira!"

eu hein.