Sem implicância, por favor

A praia estava linda e feliz. Todo mundo lá.
E eu gosto demais de ficar na praia com meus amigos!
O almoço estava ótimo, mas tivemos que sair correndo.
Aeroporto. Foi pena, mas não chegamos a tempo.
Na volta, aquela lua imensa. Linda. Majestosa.
Não tenho medo de lobisomem. Adoro lua cheia...
E ela ali, solta no ar, enquanto ainda sentia o quente do sol em mim.
Chegou a noite, constatei. Noite de domingo.
A cabeça gira em milhões de pensamentos.
E estabeleço aquele jogo comigo mesma... "sai dessa. Não fica assim. Uma hora passa."
"Ah! Tá difícil mesmo. Você pode sentir isso aí. Direito seu!"
E fico assim por um bom tempo. Ô raiva que me dá.
Tento me distrair com a lua. Tento pensar no caminho até a minha casa.
Enquanto isso, aquele aperto no peito que me faz colocar a mão em cima com vontade de arrancar.
Seria tão mais fácil! Era só puxar e sair como um fio. Com fim.
Puxaria, puxaria e, enfim, tudo dando pé!
Tão simples. Tão bom seria.
Mas não é.
Não é um fio, não sai com a mão.
Fico por algum tempo pensando como isso facilitaria a vida de todo ser angustiado.
E acabo me distraindo.
Ser distraída é o que me salva. Concluo.
Nunca mais vou deixar ninguém implicar com a minha distração.
É ela que me faz acreditar que no fim, tudo, tudo vai dar pé.